segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Jesus e a Mitologia Pagã

Na verdade eu só tenho uma pergunta, e, para ser franco, ela me frustra inúmeras vezes. Acontece quase todas as vezes que eu debato cristianismo com alguém. A pergunta: “Jesus é um mito copiado ou uma pessoal real?” é a fonte de objeção que eu recebo a maioria das vezes. Eles listam todas as similaridades entre Jesus e outros deuses e constelações mitológicos e dizem “Vê como são parecidos?” Parece que não importa como eu refuto certa similaridade entre Cristo e outra crença mitológica, eles não levam muito a sério o que digo, porque respondem que “eu tenho trabalhado muito duro para salvar minha religião”. Esses argumentos são sólidos? Eles sequer são debatidos nos altos níveis acadêmicos ainda? Eu realmente gostaria de saber sua visão nesse ponto, pois continuo trombando nisso e francamente estou cansado de tentar refutar cada similaridade. - K.

Dr. William Lane Craig responde:

O falecido Robert Funk, fundador do radical Seminário Jesus, reclamava amargamente do abismo que existe entre os principais estudos e as crenças populares sobre Jesus. Funk pensava principalmente sobre a distância entre o pietismo popular e o conhecimento histórico sobre Jesus; mas em lugar algum o abismo é tão grande como entre a irreligiosidade popular e os estudos sobre o Jesus histórico.

O movimento do Pensamento Livre, que alimenta a objeção popular que as crenças cristãs sobre Jesus são derivadas da mitologia pagã, está empacado entre os estudos do final do século XIX. De certa forma isso é impressionante, já que existem muitos estudiosos contemporâneos céticos, como os do Seminário Jesus, cuja obra os livre pensadores poderiam utilizar a fim de justificar seu ceticismo sobre a compreensão tradicional de Jesus. Mas isso só serve para mostrar como esses popularizadores não têm contato com o trabalho de estudiosos sobre Jesus. Eles estão um século desatualizados.

Voltando à época da chamada escola de História de Religiões, estudiosos em religiões comparadas encontraram paralelos a crenças cristãs em outras religiões, e alguns pensaram em explicar que essas crenças (incluindo a na ressurreição de Jesus) foram influenciadas por esses mitos. Hoje, no entanto, raramente algum estudioso pensa em mitos como uma categoria importante para se interpretar os Evangelhos. Os estudiosos perceberam que a mitologia pagã é simplesmente o contexto interpretativo errado para se compreender Jesus de Nazaré.

Craig Evans chama essa mudança de o “Eclipse da Mitologia” na pesquisa sobre a vida de Jesus (veja seu artigo excelente “Life-of-Jesus Research and the Eclipse of Mythology”, Thelogical Studies 54 [1993]: 3-36). James D. G. Dunn começa assim seu artigo sobre “Mitos” no Dicionário de Jesus e dos Evangelhos (IVP, 1993) com a clara rejeição: “Mito é um termo de, pelo menos, relevância duvidosa para o estudo de Jesus e dos Evangelhos.”

Algumas vezes essa mudança é referida como a “rejudaização de Jesus”, pois Jesus e Seus discípulos eram judeus do primeiro século, e é contra esse pano de fundo que devem ser compreendidos. A rejudaização de Jesus tem ajudado a tornar injustificada qualquer compreensão do retrato dEle nos Evangelhos como influenciado significativamente pela mitologia.

Essa mudança é proferida em relação à historicidade dos milagres e exorcismos de Jesus. Estudiosos contemporâneos podem não estar mais preparados para acreditar no caráter sobrenatural dos milagres e exorcismos de Jesus do que os estudiosos de gerações anteriores. Mas eles não estão mais dispostos a atribuir essas histórias à influência dos mitos gregos do homem-divino (theios aner). Antes, os milagres e exorcismos de Jesus devem ser interpretados no contexto das crenças e práticas judaicas do primeiro século. O estudioso judeu Geza Vermes, por exemplo, tem chamado a atenção aos ministérios dos realizadores de milagres e/ou exorcistas carismáticos Honi “o desenhista de círculos” (primeiro séc. a.C.) e Hanina ben Dosa (primeiro séc. d.C.) e interpreta Jesus de Nazaré como um judeu hassídico ou um santo. Hoje o consenso dos estudos sustenta que a realização de milagres e exorcismos (apoiando a questão de seu caráter sobrenatural) pertence, sem sombra de dúvida, a qualquer reconstrução historicamente aceitável do ministério de Jesus.

O colapso da antiga escola da História de Religiões ocorreu por principalmente dois motivos. Primeiro, estudiosos perceberam que os paralelos alegados eram ilegítimos. O mundo antigo era um lugar cheio de mitos de deuses e heróis. Estudos comparativos na religião e literatura requerem sensibilidade às suas similaridades e diferenças, ou o resultado será inevitavelmente distorção e confusão. Infelizmente, aqueles que apresentaram paralelos às crenças cristãs falharam em exercer essa sensibilidade. Veja, por exemplo, a história do nascimento virginal, ou, mais precisamente, a concepção virginal de Jesus. Os paralelos pagãos alegados a essa história são sobre lendas de deuses que se materializaram e tiveram relações sexuais com mulheres humanas para gerar uma prole humano-divina (como Hércules). Assim como esta, essas histórias são exatamente o contrário dos relatos dos Evangelhos, nos quais Maria concebeu Jesus sem ter tido nenhuma relação sexual. As histórias dos Evangelhos sobre a concepção virginal de Jesus são, na verdade, únicas no Oriente Próximo antigo.

Ou considere o evento dos Evangelhos que eu acho mais interessante: a ressurreição de Jesus dentre os mortos. Muitas das alegadas similaridades a esse evento são na verdade histórias apoteóticas, a divinização e assunção do herói ao céu (Hércules, Rômulo). Outras são sobre desaparecimentos, afirmando que o herói foi-se para um plano superior (Apolônio de Tiana, Empédocles). Outras ainda são símbolos sazonais do ciclo das colheitas, conforme a vegetação morre na estação seca e volta à vida na estação chuvosa (Tamuz, Osíris, Adônis). Algumas são expressões políticas de adoração aos imperadores (Júlio César, César Augusto). Nenhuma delas é similar à ideia judaica de ressurreição dos mortos. David Aune, especialista em literatura comparada do antigo Oriente Próximo, conclui: “nenhum paralelo a elas [tradições da ressurreição] é encontrado nos escritos greco-romanos” (“The Genre of the Gospels”, em Gospel Perspectives II, ed. R. T. France and David Wenham [Sheffield: JSOT Press, 1981], p. 48).

Na verdade, a maioria dos estudiosos chegou a duvidar se, apropriadamente falando, houve realmente algum mito de deuses que morriam e ressurgiam! No mito de Osíris, um dos mitos sazonais mais conhecidos, ele nem chega a voltar à vida, mas simplesmente continua a existir exilado no sub-mundo. Numa revisão recente da evidência, T. N. D. Mettinger informa: “A partir da década de 30... um consenso se desenvolveu ao significado que os deuses, 'que morriam e ressurgiam', morreram, mas não voltaram a viver novamente... Aqueles que continuam a pensar diferente são vistos como sobreviventes de uma espécie quase extinta” (Tryggve N. D. Mettinger, The Riddle of Resurrection: “Dying and Rising Gods” in the Ancient Near East [Stockholm, Sweden: Almquist & Wiksell International, 2001], p. 4, 7).

O próprio Mettinger acredita que mitos de deuses que morriam e ressurgiam existiram nos casos de Dumuzi, Baal e Melqart; mas reconhece que tais símbolos são bem diferentes da antiga crença cristã na ressurreição de Jesus:

“Os deuses que morriam e ressurgiam estavam muito ligados ao ciclo sazonal. Sua morte e retorno eram vistos como refletidas nas mudanças nas plantas. A morte e ressurreição de Jesus é um evento único, não se repete, e não está ligado às mudanças sazonais... Não existe, pelo o que eu sei, nenhuma evidência clara que a morte e ressurreição de Jesus são uma construção mitológica, baseada nos mitos e ritos dos deuses sazonais das nações vizinhas. Enquanto for estudada com proveito contra o pano de fundo da crença da ressurreição judaica, a fé na morte e ressurreição de Jesus mantém seu caráter único na história das religiões. O mistério continua” (Ibidem, p. 221).

Repare no comentário de Mettinger, que a crença na ressurreição de Jesus pode ser proveitosamente estudada contra o pano de fundo das crenças judaicas da ressurreição (não mitologia pagã). Aqui vemos aquela mudança nos estudos no Novo Testamento que eu apontei acima como a rejudaização de Jesus. A ilegitimidade das similaridades alegadas é apenas uma indicação de que a mitologia pagã é o esquema interpretativo errado para compreender a crença dos discípulos na ressurreição de Jesus.

Segundo, a escola da História de Religiões sucumbiu como uma explicação para a origem das crenças cristãs sobre Jesus, porque não houve nenhuma conexão causal entre os mitos pagãos e a origem das crenças cristãs sobre Jesus. Veja, por exemplo, a ressurreição. Os judeus conheciam os deuses sazonais mencionados acima (Ez 37:1-14) e os acharam repugnantes. Por isso, não há traços de culto a deuses sazonais na Palestina do primeiro século. Para os judeus, a ressurreição à glória e imortalidade não aconteceria antes da ressurreição geral de todos os mortos no fim do mundo. É inacreditável pensar que os discípulos originais teriam súbita e sinceramente acreditado que Jesus de Nazaré ressuscitou dentre os mortos apenas porque ouviram sobre mitos pagãos de deuses que morriam e ressurgiam.

Mas, de certo modo, tudo isso é irrelevante à sua pergunta principal, Kevin. Pois, como você mostrou, as pessoas com que você conversa não têm acesso aos estudos. Quando você mostra a elas a ilegitimidade das similaridades alegadas, então é acusado de “ter trabalhado muito duro para salvar sua religião”. Essa é uma situação que você não pode vencer. Então, estou inclinado a dizer-lhe que você não deveria ocupar-se em “tentar refutar cada similaridade”. Antes, eu acho que uma atitude mais genérica e desinteressada de sua parte pode ser mais eficaz.

Quando eles disserem que as crenças cristãs sobre Jesus vieram da mitologia pagã, acho que você deveria rir. Então olhe para eles com os olhos arregalados e um grande sorriso e diga: “Vocês realmente acreditam nisso?” Aja como se tivesse acabado de conhecer alguém que acredite na terra plana ou na conspiração de Roswell. Você podia dizer algo do tipo: “Cara, essas velhas teorias estão mortas há mais de cem anos! De onde você está tirando isso?” Diga-lhes que isso é apenas lixo sensacionalista e não estudos sérios. Caso insistam, então peça a eles que lhe mostrem as próprias passagens que narram a suposta similaridade. São eles que estão nadando contra o consenso dos estudos, então faça-os trabalhar duro para salvar a religião deles. Eu acho que você descobrirá que eles nem sequer leram as fontes originais.

Se eles chegarem a citar um trecho de uma fonte, acho que você ficará surpreso com o que verá. Por exemplo, no meu debate sobre a ressurreição com Robert Prince, ele dizia que as curas que Jesus fez vieram dos relatos mitológicos de curas, como as de Esculápio. Eu insisti que ele lesse a todos uma passagem das fontes originais mostrando a suposta similaridade. Quando ele leu, o que alegava não tinha nada a ver com as histórias dos Evangelhos sobre as curas de Jesus! Essa foi a melhor prova de que a origem das histórias não estava relacionada.

Lembre-se: qualquer um que insiste nessa objeção tem de suportar o ônus da prova. Ele precisa mostrar que as narrativas são paralelas e, além disso, que são causalmente ligadas. Insista que eles suportem esse ônus, caso você leve as objeções deles a sério.

http://www.perguntas.criacionismo.com.br/2009/06/jesus-e-mitologia-paga.html

sábado, 6 de janeiro de 2018

Planeta terra: Roda do Oleiro.

“A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, dizendo: Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer. Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”. (Jr.18,1-4).

Esse texto em prosa é uma revelação divina. A casa do Oleiro é o Universo, a Olaria de Deus. Ali, o Grande Oleiro faz e refaz os seus vasos na sua roda: o planeta Terra. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”(Sl. 24,1). “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”(Sl.115,16). “Do primeiro homem, Adão, fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação”(At. 17,26).

Terra - A Roda do Oleiro - símbolo do lugar onde Deus entra diretamente em contato conosco. Ele nos modela sobre ela. A roda representa a escola de Deus, que são as circunstancias que Deus permite para que a imagem de Cristo seja formada em nossas vidas. Em determinadas ocasiões temos a impressão que estamos dando voltas e voltas sobre a roda! Tudo parece girar fora de controle ao nosso redor. Não vemos progresso e nos sentimos desanimados."Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: ‘O que você está fazendo? ’ Será que a obra que você faz pode dizer: ‘Ele não tem mãos?' (Is. 45:9). Ficamos procurando encontrar quem está movendo a roda. “Deve ser o diabo”, pensamos, mas a descoberta é tremenda: “É o pé do Oleiro! São as mãos do Oleiro!Tudo está sobre controle!”. Ele é soberano sobre a Terra! “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos” (Is.40,22ª).

Não adianta o homem, com suas invencionices querer habitar outro planeta, porque aqui é o seu lugar de peregrinação. “Mesmo que vocês subam tão alto como as águias e construam seus ninhos entre as estrelas, eu os derrubarei de lá, diz o Senhor” (Ob. 1,4). “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”(Fp.1,6).

“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr.18,6).

domingo, 31 de dezembro de 2017

Nova Esperança Para 2018

Vivemos em um mundo bastante desanimador. No início de um novo ano, procuramos em vão por perspectivas de tempos melhores. Se analisarmos a situação internacional, se observarmos as dificuldades econômicas e o baixo nível moral dos povos, não há muitos motivos para esperar por momentos mais luminosos para este mundo. Até mesmo é duvidosa a realização dos anseios que temos para nossa vida pessoal neste novo ano.

Tendo pouca esperança no melhoramento das condições gerais, resta-nos somente uma alternativa: procurar a renovação individual das pessoas. É preciso encontrar um caminho que permita que você seja elevado acima das circunstâncias, de modo que esteja sobre elas e que elas até mesmo sejam controláveis.

Será que isso realmente é possível? Milhões de pessoas experimentaram tal transformação e obtiveram um fundamento inteiramente diferente para suas vidas ao aceitarem Jesus como seu Salvador pessoal pela fé. Seus corações ficaram repletos de paz profunda e permanente, que não pode ser abalada por nenhuma tempestade em suas vidas. Elas descobriram o segredo da alegria e da verdadeira felicidade, que consiste da confiança em Deus e da obediência a Ele, e obtiveram novo valor para suas vidas. Para elas, todas as coisas realmente "se fizeram novas"! O apóstolo Paulo descreve essa maravilhosa transformação da seguinte maneira: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17).

Também você pode começar o novo ano como uma nova criatura em Jesus Cristo! Então sua tranqüilidade e seu êxito na vida não dependerão mais das circunstâncias, pois você terá uma nova vida, que se manifestará em novos anseios e em novos rumos da sua vontade. Novas forças estarão à sua disposição! O "novo homem", nascido do alto pela fé em Jesus Cristo, poderá dar passos confiantes no novo ano. Esta é uma maravilhosa mensagem para você! Será possível encontrar a Deus na condição de pessoa que foi perdoada, que foi purificada dos seus pecados. Você terá sido renovado através de Jesus Cristo, tornado aceitável diante de Deus através dos méritos de Jesus Cristo, seu Redentor.

Por isso, não hesite mais! Aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e deposite sua confiança inteiramente nEle neste novo ano. (http://www.chamada.com.br)

domingo, 24 de dezembro de 2017

A Verdadeira História do Natal

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à festa.

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do  ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.
Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de “nascimento” do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o “renascimento” do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, o culto a Mitra chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. “O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes”, dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome (“Religiões de Roma”, sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.
Solstício cristão
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. “Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.
Nasce o Papai Noel
Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, “profissional”. Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.
Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.
Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.
Natal fora-da-lei
Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.
Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.
Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de “Christmas” (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que “missa” é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.
A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.
Tio Patinhas
Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam “para acabar com o crescimento da população”, dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.
Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do “espírito natalino” que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal na televisão, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.
Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol
Fonte:
       Por Alexandre Versignassi e Thiago Minami
       access_time22 dez 2017, 20h19 - Publicado em 30 nov 2006, 22h00
       https://super.abril.com.br/historia/a-verdadeira-historia-do-natal/

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O Significado Permanente do Natal

O anúncio do nascimento de Jesus é o ponto inicial do Plano de Salvação que Deus formou para a humanidade. Por isso devemos pregar sobre o Natal, independente da data. Infelizmente o significado do Natal foi corrompido pelo comércio e tradições que celebram de tudo, menos a vinda do Salvador ao mundo.

Já imaginou se na história bíblica não houvesse o fato do nascimento de Jesus? Ficaria faltando um ponto principal no plano de salvação. Então, se deixarmos de falar sobre isso, omitimos algo que a Bíblia fez questão de relatar com detalhes para nos mostrar o significado deste momento.

O Natal deve ser um tempo para a família estar juntos, mas é imprescindível a presença de Jesus. Celebrar o Natal sem falar de Jesus seria como ir a uma festa de aniversário sem o aniversariante. Aproveite este momento para anunciar a salvação em Jesus para sua família.

Qual é o significado do Natal?
Vamos aprender com a profecia de Isaías sobre o nascimento de Jesus, qual é o significado permanente do Natal:        

1- Luzv.1,2 “o povo que andava em trevas viu grande luz”
Isaías declara de maneira profética que quando o Messias viesse haveria luz para aqueles que estavam em trevas. Até a vinda de Jesus ao mundo, a humanidade vivia em escuridão e temor, mas desde que nasceu trouxe “a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina todo homem” (Lucas 1.9). A luz de Jesus é o maior brilho do Natal.

Natal é um tempo de luz não por causa das milhares de lâmpadas que enfeitam as cidades e sim porque Jesus é o Salvador e esta boa notícia deve ser anunciada como oportunidade gratuita aqueles que viviam sem esperança. Este período é uma oportunidade de falar das Boas Novas levando luz às pessoas ao nosso redor. Aproveite o Natal para levar Luz às pessoas que não conhecem a Jesus!
                              
2- Alegriav.3 “tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste”
O texto cita a palavra alegria três vezes apenas neste versículo. O profeta Isaías imagina o dia da vinda do Messias como o dia mais alegre que já houvesse em todos os tempos. Contudo não é uma alegria passageira e sim algo que aumenta a cada instante.

Lamentavelmente criou-se um paradigma sobre o Natal em que a alegria se baseia nas festas. Entretanto muitas pessoas passam esta data de maneira triste e solitária ficando desiludidos. A alegria do Natal deve ser muito além de tudo isso. Ao invés de nos alegrarmos por ter comida farta, roupas novas e presentes, podemos também nos alegrar ao abençoar aqueles que não têm condições para isso visitando aqueles que estão enfermos, órfãos, idosos e pessoas desamparadas. Neste Natal leve alegria para pessoas que estão sofrendo!

3- Justiçav.4,5 “tu quebraste o jugo que pesava sobre eles”
O profeta Isaías expressa estas palavras como um alívio de quem estaria sentindo dores. O povo de Deus havia passado por tantas lutas e dominado por tantos imperadores cruéis que não aguentavam mais a injustiça. A vinda do Messias traria então a justiça definitiva que tanto esperavam e acabaria com as guerras chegando até a queimar as ‘botas do guerreiro’ e as ‘vestes sujas de sangue’ (v.5) para não deixar nem lembrança das injustiças do passado.

Antes de gastar com festas precisamos pensar se temos contas a pagar para não acumular dívidas injustas para o próximo ano. Também podemos desfazer de ‘botas e vestes’ que não nos servem mais para ajudar quem estiver precisando. Fazer justiça é fazer coisas corretas e honestas, além de recompensar quem precisa de ajuda. Natal é tempo de fazer justiça!

4- Pazv.6,7 “Príncipe da paz; para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim”
Durante séculos de guerras intercaladas por períodos breves de paz, o profeta Isaías anuncia que chegaria um tempo de “paz sem fim” porque viria aquele que é o Príncipe da Paz. Não existe notícia mais bonita do que esta. Como uma bandeira branca estendida para anunciar o fim da batalha, o Evangelho anuncia a paz para quem está sofrendo.

No mundo existem mais de sete bilhões de pessoas que estão lutando todos os dias e procuram paz para suas vidas. A cada dia uma nova luta ou dificuldade a ser vencida. Estas vidas precisam de alguém que lhes anuncie a paz e que sua luta foi terminada pelo Príncipe da Paz que veio ao mundo para dar tranquilidade ao seu coração, mesmo diante das dificuldades da vida. Também é uma oportunidade de acabarmos com as guerras e perdoar nossos inimigos para que haja paz. Natal é o momento de declarar paz!

Celebre o Natal Verdadeiro!

-CONCLUSÃORomanos 14.17 “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo
Não deixe que o Natal se resuma numa festa comum. Jesus não veio ao mundo para que marcássemos uma data especial em nosso calendário (talvez seja por isso que não nos permitiu saber que dia nasceu. Nem mesmo para que façamos uma mesa farta de comidas e bebidas. Ele veio ao mundo para trazer sua Luz, sua Alegria, Justiça e Paz.
A festa do Natal se torna mais bela e quando sabemos seu verdadeiro significado. A presença de Jesus é a condição fatal para que o Natal seja verdadeiro. Jesus deixou claro que estaria presente através “dos pequeninos” (Mateus 10.42) então devemos procurar ajudar as pessoas neste momento.

O Natal significa anunciar a Luz de Jesus para quem vive nas trevas sem esperança. Alegria para quem está sofrendo. Justiça para quem está sendo injustiçado. E Paz para todos que estão lutando. Celebre o Natal verdadeiramente! Pr. Welfany Nolasco Rodrigues

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Tempo de Natal

Ao mesmo tempo em que muitos se reúnem para festejar o fim de ano, existem pessoas que estão solitárias, sem motivos ou amigos para se alegrar. Por isso se quisermos comemorar esta data de maneira que agrade ao Senhor Jesus, devemos saber que o Natal é um tempo especial para a família. Você pode e deve reunir a família para se alegrar, mas sem esquecer o propósito principal do Natal.

Os pastores de Belém foram os convidados especiais para testemunhar o nascimento de Jesus Cristo. Refletindo sobre o contexto que estavam no momento, podemos aprender como deve ser para nós este tempo de comemoração do Natal.

Como devemos celebrar o Natal?
Vamos aprender com os pastores e Belém que o Natal é tempo de:


1- Trabalho:

Aqueles pastores estavam trabalhando “nos campo e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite”. Deus sempre chama pessoas bem ocupadas para fazer sua obra como fez com Moisés cuidava do rebanho de seu sogro (Êxodo 3.1), Davi apascentava as ovelhas de seu pai (I Samuel 16.11-13), Gideão que malhava o trigo (Juízes 6.11), Eliseu estava arando a terra (I Reis 19.19) e com os discípulos que estavam pescando (Marcos 1.16,17). Deus não chama pessoas preguiçosas para o duro trabalho de sua Obra (Provérbios 6.6).
O Natal é tempo de trabalhar, de pagar as contas, de colocar a casa em ordem, preparar para receber visitas de parentes e amigos. Natal é tempo de trabalhar!     

                 
2- Luz
Aquela noite escura foi iluminada quando os pastores foram surpreendidos com a aparição de um anjo de Deus e “a Glória do Senhor brilhou ao redor deles”.
A luz do Natal não são as lâmpadas coloridas que enfeitam casas e praças e sim a luz de Deus que ilumina corações para amar ao seu próximo e fazer a vontade de Deus. Jesus nos ensinou que somos a luz do mundo e que esta luz deve ser exposta para iluminar o mundo, assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.14-16).
Natal é tempo de luz!

3- Evangelização
Os pastores receberam a “boa nova” do evangelho pela primeira vez anunciando que havia nascido o “Salvador que é Cristo, o Senhor”.  Eles acreditaram naquela mensagem e confiaram no Senhor.
Como aqueles pastores fizeram, é preciso ouvir esta boa notícia e aproveitar a oportunidade para evangelizar pessoas no Natal pregando sobre a vinda do Salvador ao mundo. Muitas pessoas sabem que Jesus é o Salvador, mas ainda não o aceitaram como Senhor de suas vidas. Natal é tempo de Evangelização!

4- Sinais:
Deus mandou vários sinais para os pastores entenderem a mensagem do nascimento de Jesus, como os anjos e a luz da glória de Deus, mas o sinal orientado pelos anjos seria que encontrariam “a criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura”. As faixas eram panos velhos e a manjedoura era um coxo de alimentar animais.
O sinal que Deus mandou para os pastores era algo muito simples e rude, quase não perceberiam se não fossem despertados para este detalhe. Muitas vezes Deus manda sinais para mostrar sua vontade em nossas vidas, mas esperamos coisas muito grandes e extraordinárias, não percebendo que Deus pode usar coisas pequenas e simples para revelar seu propósito em nossas vidas (Mateus 11.25).
Um sinal significa uma marca ou algo que aponte uma direção. No período do Natal, fique mais atento para as mínimas coisas que Deus pode permitir para manifestar em sua vida. Natal é tempo de sinais de Deus!

5- Louvor:
O ambiente daquela noite escura e fria de trabalho dos pastores foi alegrado com muito louvor. Os anjos louvaram a Deus e os pastores também glorificaram a Deus.
Não precisamos de um motivo maior para adorar ao Senhor Jesus do que sua vinda ao mundo para nos salvar. Como aqueles pastores, devemos tirar tempo para adoração, ir ao culto, cantar enquanto trabalhamos e dizer palavras de gratidão ao Senhor em todo o tempo: o seu louvor estará continuamente na minha boca” (Salmos 34.1). Se o seu Natal não é passado cultuando a Deus, então não é o verdadeiro Natal. Natal é tempo de louvar a Deus!

6- Oportunidades:
Aqueles pastores não ficaram ali parados só contemplando a beleza angelical e ouvindo as lindas melodias celestiais. Eles agiram. Dispuseram-se e caminharam até Belém para verificar o que lhes foi anunciado. Se tivessem deixado distrair por seus afazeres, teriam perdido a oportunidade de conhecer Jesus e presenciar o maior acontecimento de toda a história da humanidade.
No período do Natal, “portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades” (Colossenses 4.5) para ajudar pessoas, pedir perdão e perdoar quem te ofendeu, aproveite bem o tempo com seus familiares e principalmente adore a Deus em todo o tempo. Natal é tempo de oportunidades!

7- Reflexão:
Maria ouviu tudo o que os pastores falaram, percebeu sua alegria e admiração pelo que tinham visto e sentiu a mesma paz que transmitiam em suas palavras. Sua reação foi ficar meditando e refletindo em tudo o que ouviu.
O período do fim de ano é um tempo de “consultai no travesseiro o coração e sossegai” (Salmos 4.4). Refletir sobre tudo o que aconteceu durante o ano e meditar procurando mudar a vida, atitudes e melhorar relacionamentos.
Aproveite este tempo para pensar o que fez errado e o que deixou de fazer para melhorar a partir de agora. Natal é tempo de reflexão!
Natal é um tempo de Deus para você e sua família!

Com esta mensagem aprendemos que o tempo do Natal deve ser bem aproveitado para trabalhar, perceber a luz de Deus em nossas vidas, evangelizar pessoas anunciando que o Salvador veio ao mundo, contemplar os sinais de Deus em nossas vidas, louvar a Deus em culto de gratidão, aproveitar as oportunidades da vida para abençoar e ser abençoado e também refletir em que devemos melhorar em nosso viver para o próximo ano.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Igreja: Sair ou Ficar?

Para alguns, as queixas sempre circundam em relação a falta de afetividade entre irmãos da comunidade que participam, outros notam que seus pastores tem adotado uma mensagem estranha ao evangelho focada mais na prosperidade material, outros ainda tem tido uma tremenda sensação de incapacidade em relação a pressão imposta para atingir a perfeição moral, alguns enfrentam o peso de ter que sempre agradar um ou outro para ser aceito, tem de esconder o cansaço em relação a líderes exigentes, apresentam uma preocupação com a inadequação comunitária, sentem-se isolados dos grupos de expressividade dentro da igreja, e o mais comum é que muitos possuem uma insatisfação com o mal comportamento de alguns  irmãos, ou seja, gente que é machucada por causa de outros.

Alguns até dizem que pensam em se desligar de suas comunidades, mas temem não encontrar um novo círculo de amigos, temem se sentir abandonados, outros não admitem, mas não querem perder seus prestígios titulares e seus cargos, outros não aturam mais tanto engano, mas simplesmente se veem com as mãos atadas diante desse sentimento. Tomar uma decisão envolve muita coisa, muita gente, e nem sempre sabemos por onde andar. Sair ou ficar?

Antes de tomar qualquer decisão, precisamos lembrar que uma igreja não pode ser julgada apenas por causa do comportamento de alguns ou de determinado pastor e líder. É comum querermos botar a culpa do nosso desapontamento pessoal no erro do outro. Lembremo-nos de que Jesus jamais disse que deveríamos procurar relações para sermos amados, mas nos mandou amar e perdoar ativamente, inclusive os que nos chateiam. Amar quem nos ama é fácil, mas amar na dificuldade é um milagre de Deus
Se procuramos uma comunidade somente para nos sentir bem o tempo todo, estamos na verdade atrás de “produto religioso” e acabamos nos relacionando com a igreja de forma comercial, ou seja, a única coisa que nos liga a nossa igreja é um interesse pessoal.  A igreja não é um ambiente neutro. Amar não implica em buscar a satisfação pessoal, mas sim em participar da promoção do bem comum.

Desistir de ir na igreja simplesmente porque “não concordamos com atitudes de alguns” é abandonar os demais irmãos nas mãos dos lobos da religião. Se identificamos que estamos sendo enganados por uma liderança inescrupulosa, precisamos sim nos posicionar em relação a isso. Sair da igreja sem se posicionar é ter a mesma indiferença em relação aos demais.

Outro ponto importante é saber que o espírito de indiferença, de egoísmo, de falta de sensibilidade é algo que é proveniente da natureza do ser humano, não é uma exclusividade dos ambientes religiosos, mas todos os lugares que pisamos, vamos encontrar algo do tipo. Examinar ou abandonar?

Agora, isso não quer dizer que devemos aturar certas deturpações do evangelho. Quanto ao conteúdo da mensagem, o que creio que não dá para tolerar é uma igreja que está mais preocupada com a doutrina do que com as pessoas, onde o líder é absoluto e autoritário. Uma igreja onde fala-se mais de demônios que de Deus, que fala mais de dinheiro e prosperidade que de novo nascimento e da nova vida com Cristo. Uma igreja que está mais preocupada com a punição e disciplina dos “rebeldes” do que com o ensino maduro da palavra. Comunidades onde não se ouve do púlpito as mensagens que falam sobre graça, amor, cruz, Jesus, vida nova, perdão, que fica exigindo coisas de Deus por meio da troca do tipo orar mais para obter mais, jejuar mais para arrancar bênção, fazer sacrifícios para trocar coisas com Deus.

Uma liderança que não dá a liberdade e fica ameaçando de perder a salvação se não for ao culto, não der o dizimo, não fazer isso ou aquilo. Uma igreja que o pastor tem dificuldade em reconhecer seus erros e falhas e tem medo de expor suas fraquezas perante a comunidade, mas que se empenha em ter títulos como apóstolo, bispo, reverendo e não aceita ser chamado pelo nome.

Desistir da igreja é desistir do outro. Não podemos confundir o caráter falho dos seres humanos com o caráter perfeito de Deus. Nosso convívio em comunidade depende de entendermos que também fazemos parte do corpo. Quanto aos problemas relacionados a nós, a única forma de resolver é ser parte da solução também, sentar, conversar e, em amor, examinar. Que o Senhor nos dê a graça de identificar a sua vontade, que seu amor nos alivie o peso, e que a consciência de Cristo nos ajude a discernir e decidir.
Murilo leal

domingo, 26 de novembro de 2017

Formas Litúrgicas de Adoração a Deus

A diaconisa Cida durante o culto na ministração do louvor começa a chorar, a se quebrantar completamente na presença de Deus, e sente em seu interior de ajoelhar ali onde ela estava. Já a Fernanda durante a pregação da Palavra sentiu uma vontade imensa de profetizar na vida de um irmão da congregação, ficou de pé e começou a falar o que o Senhor tinha dito a ela interrompendo a mensagem do pastor. Alguns irmãos ao término do culto falavam sobre a atitude de Fernanda, uns ficaram entristecidos, pois não puderem ouvir o pastor terminar de pregar, outros a defendiam dizendo apenas que era uma forma a qual ela adorava e se expressava utilizando os dons do Espírito. E o que você acha dessa história? Bem, é isso que vamos abordar na postagem de hoje: a forma que cada um tem de adorar; e se todos os jeitos agradam ao Senhor ou não.


Com certeza você já ouvir alguém justificar uma situação dizendo: “ah, mas cada pessoa tem seu jeito de adorar!”. Em certa parte eu até concordo, pois há estilos diferentes em que alguém pode expressar adoração ao nosso Deus. O problema dessa frase é generalizar, até porque existem várias formas de expressão, porém há uma forma certa como também há uma forma errada de prestar adoração, como está escrito:

“Por isso sejamos agradecidos, pois já recebemos um Reino que não pode ser abalado. Sejamos agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade, com respeito e temor.” (Hb. 12.28)

1) Cantar.

Existem pessoas que acham que adoração é apenas entoar hinos ao Senhor, e não é bem assim. Cantar é apenas uma das formas de adoração ao Rei dos reis. Jesus afirmou para a mulher samaritana: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (Jo 4.23). Isso significa quem temos de entoar louvores em espírito (que é cantar com consciência, analisando a letra da canção, e não cantando da boca pra fora) e em verdade (que é cantar canções baseadas na verdade das Escrituras). Se você canta, mas não faz isso de coração para Deus, Ele não receberá a sua adoração. E é importante ficar antenada, pois nem toda música gospel agrada ao Senhor.

“Darei graças ao Senhor por sua justiça; Ao nome do Senhor Altíssimo cantarei louvores.” (Salmos 7.17)

2) Tocar instrumentos musicais.

O som que sai dos instrumentos musicais quando você o toca (sabendo tocar) é um louvor agradável a Deus; além de também ajudar a todas as pessoas durante o culto a ficarem no ritmo e terem harmonia.

“Louvem-no ao som de trombeta, louvem-no com a lira e a harpa.” (Salmos 150.3)

3) Ajoelhar-se.

Uma forma de se render ao Pai é ficar de joelhos, seja para entoar cânticos, seja para orar. Ao chegar a igreja a primeira coisa que se faz é ajoelhar no banco e orar ao Senhor, pois essa é uma forma de reverência a Ele. E não fique tímida ao sentir o Espírito Santo lhe tocar para que fique ajoelhada diante dEle no momento da oração ou dos louvores. É importante destacar que a oração não é somente de joelhos (At 20.36), mas pode ser em pé (Lc 18.13), sentado, etc.

“Venham, fiquemos de joelhos e adoremos o Senhor. Vamos nos ajoelhar diante do nosso Criador.” (Salmos 95.6)

4) Prostrar-se.

Ajoelhar e prostrar não são a mesma coisa? NÃO! Quando você se prostra fica literalmente com a boca no pó, curvando-se ao único que é digno de receber adoração. Dessa mesma forma você pode orar a Ele.

“Anunciem a glória de Deus; curvem-se diante do Senhor, o Santo Deus, quando ele aparecer.” (Salmos 29.2)

5) Erguer as mãos.

Não importa se é erguer as mãos completamente, esticar o braço e apontar o dedo para cima, erguer as mãos até certo ponto; tudo isso é erguer as mãos. É um gesto que expressa algo profundo do coração humano, apresentando uma súplica a Deus.

“Seja a minha oração como incenso diante de ti, e o levantar das minhas mãos, como a oferta da tarde.” (Salmos 141.2)

6) Júbilo.

Essa é uma palavrinha difícil de ser compreendida, mas vou tentar explicar... Júbilo é fazer ruídos de alegria, ter grande alegria, dar grito de alegria. Na prática funciona da seguinte maneira: Quando alguém diz “glória a Deus”, “aleluia” e “amém”, ela está expressando sua alegria concordando com algo dito ou cantado; e respectivamente estas palavras querem dizer, dar honra a Deus; louvem a Deus; assim seja. Outra forma de expressar júbilo é falando em línguas estranhas, o que a Bíblia diz serem cânticos espirituais (Ef 5.19), ou seja, vindo do Espírito Santo. Vale lembrar que há uma enorme diferença entre uma mensagem em línguas estranhas e falar línguas estranhas (e quem sabe um dia eu faço uma postagem explicando melhor esse assunto); a mensagem em línguas quando dita dentro do ambiente da congregação deve ser seguida por interpretação (1 Co 14.27,28), já o falar em línguas sendo uma forma de júbilo não precisa de interpretação (1 Co 14.2). Quando você dá gritos de júbilo ao Senhor, até os que não são cristãos reconhecem que Ele fez grandes coisas por você (Sl 126.2). Entretanto, essa coisa de “rir no Espírito” e o povo ficar dando gargalhada, não é júbilo e nem unção, é “invencionice” do ser humano e, portanto, uma desonra a Deus.

“Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.” (Salmos 66.1)

7) Bater palmas.

Há algumas igrejas que não batem palmas, mas isso é questão de doutrina da denominação. Porém, não há problema algum em bater palma contanto que façam da maneira correta. Você pode bater palmas no acompanhamento de músicas, sim. E no final de um louvor? É errado aplaudir quando alguém encerra um louvor ou uma pregação, seja lá o que for, na verdade o correto seria você erguer as suas mãos até que ela fique acima de sua cabeça e bater palmas, pois isso indica que a glória é para o Senhor e não para a pessoa. Você também pode bater palmas quando é impulsionado pelo Espírito Santo.

“Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.” (Salmos 47.1)

8) Pular.

Não, não é pular quando a música diz “diante de Ti dá vontade de pular”, não tem nada a ver com esse pular. Sabe quando você está tão sintonizado com o Pai que dá aquela vontade de dar uns pulos glorificando a Deus? Esse é o pular bíblico, é saltar da presença do Senhor.

“Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.” (Salmos 9.2)

9) Dançar.

Às vezes pode sentir um grande mover do Espírito que dá vontade de se expressar dançando, e pode fazer isso contanto que não atrapalhe adoração dos irmãos. Sobre dançar como forma de adorar ao Senhor, aconselho que sempre seja uma exceção, porque como disse acima não se deve atrapalhar adoração alheia. Será que você fazendo isso, as pessoas colocarão os olhos em você? Se sim, então não faça em ambiente de culto na igreja, apenas na sua intimidade com Deus em casa.

“Louvem eles o seu nome com danças; ofereçam-lhe música com tamborim e harpa.” (Salmos 149.3)

10) Chorar.

A presença de Deus é tão intensa que nós nos quebrantarmos completamente e lágrimas rolam em nossa face. O chorar diante dEle não é algo teatral, forçado, nem mesmo carnal, pelo contrário, é algo espontâneo, espiritual. Por que choramos? Choramos por causa do nosso próprio pecado, isto é, em arrependimento ao Senhor (Jl 2.12); assim como choramos pelo pecado dos outros (exemplo: a violência no mundo). O choro de arrependimento produz conforto vindo de Deus. É por esta razão que Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.” (Mt 5.4). Existem muitas pessoas que não conseguem chorar na presença dEle por causa da dureza do coração, a conformidade com o pecado e até mesmo a presunção da misericórdia (aquele pensamento: vou pecar, e depois peço perdão a Deus, Ele vai me perdoar mesmo...).

“Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes.” (Salmos 126.6)

Tudo o que foi escrito nesta postagem está relacionada à forma de adoração dentro do culto, com a liberdade de expressões. Entretanto, não é só dentro da igreja que adoramos ao Senhor. Rendemos adoração a Deus com a nossa própria vida, obedecendo aos mandamentos dEle.

Lembra da atitude da Fernanda no começo da postagem? Ela teve uma boa intenção, porém deveria esperar a pregação terminar para profetizar não interrompendo o pastor. O que aprendemos com isso? Não importa se intenção é boa, o que importa é o respeito e temor ao Senhor. Lembra de Uzá? Os soldados de Israel carregaram a arca da aliança num carro de bois, certo momento os bois tropeçaram e Uzá estendeu a mão para não deixar a arca da aliança cair no chão, e no mesmo momento o Senhor o matou pela falta de respeito de Uzá para com Ele (2 Sm 6.1-8). A intenção dele era boa, mas mesmo assim Deus não se agradou.

Para finalizar, deixo um versículo para meditação: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.” (1 Coríntios 14.40)